Um espaço para muita gente

“A vizinha de baixo não dá bom dia para a gente” – Felipe Siqueira, 22 anos, Jornalismo

Por Letícia Queiroz

Existe uma grande especulação imobiliária ao redor dos campi da UFF. Os aluguéis são, em média, entre R$800,00 a R$1.200,00, por isso torna-se necessário para o estudante morar com cinco, seis, até sete pessoas para dividir as despesas. Quem não gosta da concentração de jovens num apartamento, na maioria das vezes, são os síndicos e os vizinhos.

Na república masculina composta por Felipe Siqueira, Fred Cursino, Luã Marinatto, Rodrigo Simon e Yuri Moreira a bagunça predomina. Felipe afirma que a maior dificuldade assim que se mudaram foi a de “que o prédio se adaptasse” a eles. Os meninos quase foram expulsos duas vezes e receberam várias reclamações em apenas três meses de locação. Contudo, após dois anos o comportamento mudou: “No início a gente só fazia festa. Mas aquela empolgação inicial de morar sozinho passou”, explica Felipe, estudante de Jornalismo. “A gente amadurece...”, completa Rodrigo, do curso de Cinema e Audiovisual.


Atualmente, às terças-feiras ocorre a Noite do Pôquer, que se tornou um evento da república. Eles chamam os amigos e ficam jogando e bebendo a noite toda. Além disso, as partidas do jogo Winning Eleven, do Playstation 2, acontecem quase que o dia inteiro. A casa está sempre cheia e, por isso, os vizinhos sempre ouvem barulho vindo 12° andar. Ele até criaram uma musiquinha para república: “E ninguém cala o 1208/ jogando winning eleven, bebendo cerveja e comendo miojo/ O 1208 eu moro em você/ Eu incomodo o prédio inteiro e eles acham que eu sou maconheiro./ Viva o 1208! Acima de tudo puteiro.”

No apartamento de Luana Paula e Vinícius Gomes as pessoas são mais tranquilas: “Esse grupo é bem misturado, tem gente que já está se formando, ninguém é calouro para só fazer farra. Temos que acordar cedo para trabalhar”, explica Luana. Mas de vez em quando ocorre uma reuniãozinha com o pessoal do condomínio. “Mas nada que incomode o prédio todo”, destaca Vinícius.

Renata Sartori, estudante de Produção Cultural, veio de São Paulo e mora em um pensionato há dois anos em Icaraí. Ela divide a casa com 25 meninas, e não pensa em morar numa república. Renata diz que prefere as vantagens de morar no pensionato: “Não tenho que me preocupar com contas, cada uma paga sua parte e pronto”. Por outro lado, homem não pode entrar, nem pai e nem irmão, e não pode fazer nenhum tipo de festa. “A dona da casa, que mora do lado, não gosta nem de festinha de aniversário para uma das meninas da casa”, conta Renata.


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