O Diretório Central dos Estudantes da UFF está de cara nova

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Por Gisele Gomes

Paredes pintadas, prédio reformado, banheiros e parte elétrica reconstruídos. Espaço criado para representar os interesses dos alunos, o Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal Fluminense (DCE-UFF) passou por obras significativas no primeiro semestre de 2009. O projeto é antigo, mas foi colocado em prática pela atual gestão do diretório junto à Reitoria da UFF, com o objetivo de aproveitar melhor a estrutura do prédio para os estudantes. O DCE fica localizado na Av. Visconde do Rio Branco, 625, em São Domingos, Niterói.
O diretor de Políticas Educacionais do DCE, Lucas de Mello Braga, explica que, além da reforma existente, cujo término está previsto para o fim de julho, há um outro grande projeto para o futuro, em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES). “Está sendo discutida uma ampla reforma no Teatro do DCE, que garante a exibição de filmes, sonorização, acústica e melhor aproveitamento do quinto andar, como espaço de alojamento para os encontros estudantis”. Segundo Lucas, há também um plano para construir uma rádio do diretório.

Este ano, o DCE conseguiu outra vitória, além das reformas: a conquista da paridade de votos nas eleições da universidade. Dessa forma, os estudantes, assim como os professores e servidores, terão peso de 33,3% nas eleições, diferente das anteriores em que os estudantes tinham apenas 10%, os servidores 20% e os professores 70%. O diretor de Políticas Educacionais cita outros planos, como a luta pela redução do preço da xerox (copia), a regulamentação das festas nos campi da UFF e o plebiscito dos cursos pagos. “Queremos continuar na luta com todos os estudantes não só para resolver os problemas estruturais do prédio do DCE, mas de toda a UFF, que sabemos que não faltam”, justifica Lucas.

O DCE atualmente se divide em grupos de trabalho, GTs, que são os responsáveis por tocar as políticas e as ações do diretório. Por isso, qualquer aluno da UFF pode participar do DCE, das assembléias e congressos. Lucas ressalta a importância em participar do diretório: “Quando chegamos na universidade pública temos a sensação de realização de um sonho, mas com o tempo percebemos que essa universidade depende da nossa mobilização para continuar sendo de qualidade”.

Outras informações e contatos com a diretoria do DCE podem ser obtidos no site do DCE.


Histórico

O Diretório Central dos Estudantes foi criado durante a ditadura militar no Brasil, época em que os estudantes lutavam pelo direito de auto-organização e de interferência nas decisões políticas locais ou nacionais. Neste período, também nasceu a União Nacional dos Estudantes (UNE). O Diretório Central dos Estudantes Fernando Santa Cruz (DCE UFF) tem esse nome em homenagem ao ex-estudante de Direito da universidade morto durante a ditadura militar.

As ações socioculturais

O prédio do Diretório Central dos Estudantes da UFF (DCE-UFF) abriga um curso pré-vestibular comunitário, oriundo de um projeto de extensão, há mais de dez anos. O projeto tem administração própria e os alunos entram por meio de um processo seletivo.
O DCE também possui relações socioculturais com a Associação do Morro do Estado e promove o UFFolia – bloco de rua organizado na semana acalourada, com a participação da Bateria Bafo de Tigre, do Morro do Estado.


O jornal do DCE

O jornal do DCE é impresso, normalmente, duas vezes por semestre. A integrante do Grupo de Trabalho (GT) de Comunicação do diretório, Júlia Bertolini, explica que a tiragem da publicação varia conforme o período e a verba. “A maior tiragem costuma ser de cinco mil exemplares, num universo de quase 20 mil estudantes da UFF”.

Segundo Júlia Bertolini, o GT de Comunicação tem projetos para o futuro do DCE, como a atualização constante do site, a implantação do jornal online e um jornal mural no bandejão. No entanto, um dos principais problemas está relacionado com a pouca mobilização dos estudantes. “Acho que isso é reflexo da situação em que vivemos. A universidade passou a ser vista como porta para o mercado de trabalho e não como espaço para crescimento e debate”. Ela esclarece que o dinheiro para produzir o jornal vem da renda que o DCE arrecada com o aluguel dos espaços do prédio e das festas.


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