Custos

Por Vinicius Soares

Quanto levar? A resposta depende de tantos fatores quanto se pode imaginar: o país e a cidade de destino, o tipo de moradia obtida, documentação, alimentação, transporte, livros, despesas domésticas... O valor pode ser ainda maior se dentro dos planos estiverem passeios turísticos, noitadas, souvenirs e até viagens para países vizinhos, projeto muito comum entre os que visam a Europa e a América Latina.

A Assessoria de Assuntos Internacionais (AAI) recomenda que os alunos tenham entre US$ 600 e US$ 1.200 dólares para cada mês de intercâmbio, já que o custo varia de país para país. Os estudantes comprovam. A aluna de Jornalismo Nathália Vianna, que morou nos seis primeiros meses de 2009 em Madrid, conta que gastava em média 600 euros por mês – em valores atuais, cerca de R$ 1.620. Já o também estudante de jornalismo Lucas Calil, que esteve em Versailles, na França, afirma que precisava de ao menos 520 euros apenas para a moradia, transporte e alimentação – cerca de R$ 1.404.

Se o destino for a América Latina, os preços podem parecer menores à primeira vista, mas outros fatores devem ser observados. A estudante de história Lívia Sampaio sugere que para ter uma vida confortável morando sozinho na Argentina, país em que esteve por seis meses, US$ 1.000 seriam suficientes. “Buenos Aires é uma cidade cara, e eu morava no centro. A alimentação lá é muito cara e os aluguéis são em dólar. Já o transporte é muito barato, a passagem custa menos que 1 peso”, justifica.

Lívia destaca que a crise econômica fez toda a diferença em sua viagem. “Quando veio, os preços dispararam, tive que trabalhar em dobro para me manter.” Para a futura historiadora, o aluno que for estudar na Argentina precisa estar preparado para enfrentar instabilidades, pois os preços e a moeda podem variar ao menor sinal de piora. “Quando acontece alguma coisa, todos correm para comprar dólar, e tudo fica mais caro”.

Trabalho

Para reforçar o orçamento, uma boa opção é conseguir um trabalho que não atrapalhe os estudos. Neste caso, é necessária uma autorização concedida pelo governo, que, geralmente, não é barata. Na França, por exemplo, só pode obter um emprego quem possui a Carta de Sejour, que garante sua estadia no país por mais de seis meses e possibilita o reforço na renda. Lucas Calil conta que uma amiga tentou obter o documento, sem sucesso: “Gastou bastante dinheiro tentando obter esse papel e não conseguiu, a burocracia foi absurda. Com o visto normal, é proibido. Uma vez com ela, ainda sim será difícil.”

Lívia enfrentou o mesmo problema na Argentina: “Quando viajei, me disseram que não seria necessário ter o visto para ficar só seis meses, mas quando cheguei lá, eles exigiram para que eu pudesse conseguir trabalho.” A estudante conta que foi preciso desembolsar 200 pesos para obter o atestado, que requeria ainda o envio de documentos que só poderiam ser tirados no Brasil, como o certificado de que não possui antecedentes criminais, expedido pela Polícia Federal, e outros com carimbos de cartórios brasileiros.

Em Buenos Aires, Lívia trabalhou no comércio e até deu aulas de português para argentinos. A estudante afirma que foi mais fácil conseguir emprego lá do que no Brasil: “Era só enviar vários currículos que as pessoas depois iam te ligando. Cheguei a ter uma proposta boa no comércio no fim da viagem, mas tive que voltar para casa.”

Veja qual é a cotação da moeda do país que deseja conhecer no site do Banco Central.


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